Durante toda a minha vida, em cada oportunidade de me dedicar a algo, fazia com total entrega. Até hoje é assim. Defeito, achavam meus pais. Mas é algo natural meu e de boa parte da população. Dedicar a vida a algo que acredita pode ser bom não só pra nós próprios, mas para outra parte da população que pode não ter oportunidade de fazê-lo.
Tenho uma causa filosófica da qual defendo hoje e que permeia a minha vida. Sou feliz em muito graças a ela, seja por me dar espaço para agir socialmente ou mesmo pelo tipo de pessoas que conheci durante os 15 anos, aos quais venho dedicando, participando de suas atividades. Uma honra para mim. Creio que possa ser assim também em diversas outras questões.
Li dia desses uma matéria na revista JÚNIOR em que o estilista Carlos Tufvesson se manifestava sobre militância em prol dos direitos dos homossexuais. Perfeitas palavras. Tufvesson poderia muito bem ocupar seu precioso tempo e apenas dedicar-se a seu trabalho como estilista ou em estender sua fama a outras instancias, mas sabe da importância de lutar pelos direitos LGBTT. São seus benefícios também. Sabe que é um cidadão e como qualquer outro tem direitos.
Acredito que falta um pouco mais desse sentimento de inovação e de mudança para a concretização deste objetivo num âmbito geral a toda a comunidade. Somos cidadãos e geralmente somos julgados por não cumprimos nossos deveres. Por que nós não nos pautamos pelos nossos direitos? A luta feita hoje terá reflexos amanhã, mas não quer dizer que esse amanhã precise ser daqui a mais 40 anos.
É necessária uma reflexão política profunda em torno de tudo isso. Estamos às vésperas das eleições e podemos fazer as coisas de forma diferente. Não sou contra eventos como as paradas que ocorrem em todo o país, mas no caso de nós brasileiros se faz necessário, mais do que nunca, uma mobilização construída a novos moldes pois a velha formula sozinha não tem apresentado os resultados esperados.
